sexta-feira, 25 de abril de 2008

Eu estou em cada coisa encantadora que vês...

Este foi o texto mais difícil que li na minha vida, perante uma audiência unida pelo sentimento comum de dor e de saudade. Mas certamente, foi também o texto mais sentido: em cada palavra uma emoção, em cada verso uma verdade. Para a minha avó que amo muito, uma homenagem e um obrigado.


Não fiques parado no meu túmulo a chorar
Eu não estou lá; Eu ainda não dormi.

Eu sou milhares de ventos que sopram,
Eu sou a neve que cai suavemente.
Eu sou o brilho dos diamantes no solo,
Eu sou o sol nos grãos maduros,
Eu sou a gentil chuva do Outono.

Eu estou no silêncio da manhã.
Eu estou na graciosa agitação,
De lindos pássaros a voar em círculos.
Eu sou as suaves estrelas que brilham na noite.

Eu estou nas flores que despontam e crescem.
Eu estou num quarto silencioso.
Eu estou nos pássaros que cantam.
Eu estou em cada coisa encantadora que vês.

Não fiques no meu túmulo a chorar,
Eu não estou lá, eu não morri.


Oração datada de 1932 atribuída a Elisabeth Frye, uma poeta nativo-americana que viveu exactamente 100 anos.