segunda-feira, 22 de abril de 2019

The Handmaid's Tale


The Handmaid's Tale mostra um futuro, não muito distante onde os EUA são agora Gilead, uma sociedade que adopta principios conservadores e a total ausência de autonimia ou poder às mulheres, pelo contrário. O género futurista, ou ficção científica não é de todo aquele que me atraia. Resisti em começar a ver esta série, e de facto, apesar de não me ter arrebatado, é uma série muito boa, tavez das melhores ficçoes distópicas. Os primeiros episódios foram tão fortes e revolveram-me tanto as entranhas que pensei seriamente em se seria bom para a minha paz de espirito continuar. Continuei e confesso que o entusiasmo começou a perder-se algures. A série traz um tema muito forte, e é muito fácil imaginar um mundo onde certas coisas aconteçam. Algumas até já se passam os nossos dias, e a autora da história diz mesmo que todas as agressões que ela relata contra mulheres aconteceram algures na história da humanidade. Por outro lado algumas perguntas sobre a forma como esta sociedade é gerida foram ficando sem resposta, e não sei se as poderei obter na segunda temporada. De qualquer forma quero acreditar que esta série é educativa e que gera uma boa reflexão, não acreditando no entanto que algo do género possa acontecer no nosso mundo.
As interpretações são excelentes, principalmente Elisabeth Moss, Joseph Fiennes e Yvonne Strahoski. Adorei as cores saturadas em contraste com os rostos pálidos, aliás acho que "contrastes" será ma das melhors formas de definir esta série. O rigor do guarda-roupa, assim como outras característcas de Gilead são irreprensíveis. Mas o que gostei mais, mais, mais foi o girl power e a voz interna da June provocadora e brutalmente honesta. 

quinta-feira, 11 de abril de 2019

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Escape at Dannemora


Esta minissérie entrou para a minha lista desde que Patricia Arquette limpou tudo quanto era estatueta na award season, mas na verdade eu sabia pouco ou nada sobre ela. 
Fascinado por um prison break que aconteceu no Estado de NY em 2015, Ben Stiller agarrou neste projecto que marca o seu debute atrás da câmara para televisão. Sem ser de todo fã do seu acting, arrisco-me a dizer que este é o melhor trabalho que fez, sem dúvida uma estreia espectacular como realizador que demorou 8 meses a ser gravada. 
A série, que parece um bom filme de 8 horas, está extremamente bem concretizada, absolutamente credível, com uma vibe de thriller dos anos 70 e personagens (reais) redondinhas e fascinantes. 
Este caso que chocou os Estados Unidos, não se foca apenas na minuciosa fuga da cadeia (a parte que menos me entusiasmou e às vezes até aborreceu), mas também e principalmente no triângulo amoroso que ligou os dois reclusos, interpretados por Paul Dano e Benicio Del Toro, e a funcionária da prisão de 55 anos, interpretada por uma fabulosa e irreconhecível Patricia Arquette. 
Ainda que stranger than fiction, a série mostra ser muito fiel ao que realmente aconteceu naquela cadeia e de que forma, uma mulher carente ajuda dois assassinos condenados a fugir da prisão. Sem ser o meu género favorito (prisões), a componente humana deste trabalho torna-o num dos mais interessantes dos últimos tempos, principalmente pelo olhar atento para um lado da sociedade que nos passa completamente ao lado.
 [8,5/10]

quinta-feira, 4 de abril de 2019

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Patrick Melrose


Não sei bem o que dizer sobre esta série. Eu não estava preparada para o que aí vinha, não sabia nada sobre a temática e fui vendo cada um dos episódios com um crescendo de intriga, fascínio e perturbação. 
Cada episódio é baseado em cada um dos cincos livros de Edward St. Aubyn, e talvez por isso cada um pareça uma obra à parte, apesar do resultado final ser um puzzle muito bem montado. Em cada um senti um ritmo diferente (o primeiro é alucinante) e trouxe-me à memória diversas referências cinematográficas. Comecei com Trainspotting do Danny Boyle, fui ao Fight Club do David Fincher, daí transportada para o Swimming Pool do François Ozon, dei um pulinho ao Girl Interrupted do James Mangold, certamente passei por qualquer coisa de Jane Austen ou Oscar Wilde e acabei com um estômago embrulhado, de quem não levou um murro, mas sim uma coça do tamanho do mundo. 
Muitas vezes fechei os olhos desejando que a acção parasse, também tive vontade de carregar mesmo no stop por ser penoso, mas sabia que tinha de o fazer. E sei que vou levar esta história, autobiográfica sobre a fragilidade humana, comigo por muitos dias, muitas noites, espero que por poucas insónias. É uma obra duríssima, mas muito bonita, com interpretações divinais e uma fotografia fora de série. O antagonismo entre vermos algo tão bonito e ao mesmo tempo tão triste, é heartbreaking. Não recomendo de ânimo leve a quem não está disponível para ficar a sentir-se pequenino, pequenino. Um 9 sem espinhas.