sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Marriage Story


  • Marriage story não é o filme que eu esperava que fosse. Na minha cabeça imaginei algo entre Kramer vs. Kramer e Closer e acabou por ser algo mais leve, mais Woody Allenish, mais trilogia dos Befores de Linklater, à mesma triste. É sempre triste quando uma família se separa e apesar de ser fácil tomar uma posição eu dei por mim apenas como observadora, sem sentir identificação com nenhuma das personagens, como uma peça de teatro vista com alguma distância. E assim não me destruí emocionalmente como outros filmes já fizeram este ano e eu esperava quw este fizesse também. Isso não é mau necessariamente, é apwnas diferente. Scarlett Johansson tem um grande desempenho, ainda que não o melhor de sempre, e Adam Driver sim destaca-se no papel da sua carreira. Laura Dern é uma das minhas actrizes favoritas e gosto sempre muito de a ver, apesar de o papel me parecer muito idêntico ao de Renata em BLL.  Quem é fã dos indies que ano após ano deixam a sua marca de diferença no meio de histórias mais convencionais irá gostar muito deste filme. Quem espera um dramalhão familiar talvez saia um pouco desapontado. Eu gostei muito. 8/10

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

The Farewell


Depois de Shoplifters, é impossível não fazer a comparação a estes filmes orientais recentes que têm a família como tema nuclear. E apesar de não deslumbrar como o primeiro, é um filme enternecedor e leve sobre um tema tão pesado como a morte. Acho que temos muito a aprender com os orientais e estes filmes são um ponto de ligação importante sobre um mundo que pouco ou nada entendemos. E depois digam-me? Quem não quer uma avó Nai Nai na vida? 7,5

quarta-feira, 30 de outubro de 2019

Errar para viver

Os erros fazem parte da vida. Tal como outra coisa qualquer. Há erros que vivem connosco durante muito tempo, que nos fazem compainha ao deitar e ao acordar. Às vezes despertam-nos mesmo a meio da noite. Há erros que são o nosso amigo imaginário durante anos e anos e apesar de invisíveis não são minimamente silenciosos. O meu pior erro foi deixar que algum erro definisse a minha vida. Hoje olho para os erros como lições. Às vezes demora algum tempo até que consiga ver o lado bom do meu erro, porque todo o erro não duvidem, tem um lado bom. Isto não me irresponsabiliza do meu erro. Eu sou e devo ser totalmente responsável pela minha vida. Mas os meus erros não definem quem eu sou, pelo contrário, os meus erros ajudam-me a crescer, fazem-me mais forte, mais sábia e mais tranquila. Se vou continuar a cometer erros? Claro, é um erro enorme pensar o contrário. Tal como comecei por dizer fazem parte da vida como outra coisa qualquer. Não deixem que os vossos erros vos destruam. Mas também não os silenciem. Ouçam-nos com toda atenção, e quando for possível, arquivem-nos com carinho, como um postal que alguém vos escreveu e que de vez em quando gostam de reler, não para relembrar a dor da ausência, mas para relembrar o amor. Errar é vida e vida é amor. Ouçam-no e perguntem-lhe como vos serviu naquele nomento, porque todos os erros nos servem de alguma forma, por isso os cometemos. Sejam responsáveis, reconheçam quem são, abracem-se, mas não deixam que um único momento das vossas vidas os defina. Não se arrependam do que fizeram, ou arrependam mas responsabilizem-se e aprendam com isso. É a única forma possível de viver, caso contrário é sobreviver.

sábado, 12 de outubro de 2019

Parasite


Parasite ganhou Cannes e está a receber aclamação mundial como um dos melhores filmes de sempre. Teve a estreia mais bem sucedida da história americana por um filme de língua estrangeira este fim de semana. É de facto um filme original e muito bem conseguido na crítica social que faz mas não é o tipo de filme que me chegue ao coração. Lembrou-me de Get Out, outro bom filme com o qual não me consigo entusiasmar. Recordo-me de repente de Shoplifters que de alguma forma tem um tema similar e que me emocionou enormemente. Mas caramba, o feliz que fico de ver americanos e não só a falar assim de um filme sul coreano. Depois da reacção ao Joker este é o sinal que ainda devemos manter a esperança no estado da arte e do politicamente incorrecto. 7,5

sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Dolor Y Gloria



Vi Dolor y Gloria, o último filme de Almodovar, baseado em factos auto-biográficos como vários na sua carreira, com a diferença que este trata da vida de um cineasta espanhol, carreira internacional, crise de meia idade e um coração cheio de dor. Tal como me aconteceu noutros filmes seus, passado 10 minutos já não o queria ver, incomoda, no entanto sabia que tinha de o fazer. E ainda bem. Porque no título a dor está acompanhado da glória. Filmes como este são aqueles que eu considero como cine-terapia, e Almodovar, fale de que tema fale consegue me sempre ir ao mais profundo que tenho.
A nível cinematográfico não me encheu as medidas como Habla com Ella, Mala Educacion ou Julieta, mas para mim revisitar o seu imaginário será sempre como andar de bicicleta. De imediato voltam e se instalam as cores, os diálogos, o humor requintado, a solidão, a dor e a glória, a tão importante glória. Se eu tivesse que definir o género melodrama em duas palavras seria assim: Pedro Almodovar.

(Antonio Banderas ❤)

8

terça-feira, 8 de outubro de 2019

Joker


Desagrada-me quando um filme tem muito hype porque invariavelmente acabo por sair desapontada. Não foi o caso aqui. Batman é o meu super herói favorito porque ele não tem super poderes, é igual a cada um de nós, mas usa das suas valências para combater o crime. Este não é um filme de super heróis, mas foi o retrato de Gotham City que mais gostei de ver até hoje, talvez por ser tão assustadoramente fiel a Planeta Terra 2019. Talvez seja isso que leva algumas pessoas a alarmarem-se com esta narrativa. É uma metáfora/ crítica social muito bem escrita. Mas enquanto alguns vêem um filme sobre loucura e violência, eu vejo um filme sobre a empatia, ou sobre a falta dela e de como devemos nos pôr mais nos sapatos dos outros, nem que esses sejam sapatos de palhaço. É um filme perturbador, com momentos que me deixaram extremamente desconfortável, de uma forma que apenas pode acontecer num bom filme, mas ao mesmo tempo um filme muito bonito. Tristemente bonito. Vejam por vocês, vale a pena o murro no estômago. 
Finalmente Joaquin Phoenix. Tenho algumas dúvidas que o filme consiga arrancar muitos galardões em Hollywood, mas Phoenix tem aqui o papel da carreira dele e sem ter visto os outros desempenhos aposto já o meu dinheiro nele. Foi das melhores construções de personagem que vi numa longa metragem (créditos para Todd Phillips) e a entrega de Phoenix ao Joker dele é arrepiante. Convenceu-me em cada gota suor do seu rosto, em cada esgar da sua gargalhada descontrolada ou no olhar perdido de quem não se pretende encontrar. Heath Ledger, onde estiver, estará orgulhoso. 9

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

Once Upon a Time in Hollywood

Este foi um dos filmes que me causou mais entusiasmo nos últimos tempos, todas as premissas são demasiado boas. Eu adoro metatextos, e sendo o cinema o meu favorito, estava mortinha para ver o filme do Tarantino sobre filmes (e não só). Ele tem um estatuto de Golden Boy, que sempre o acompanhou e que o permite fazer coisas que, hoje principalmente, poucos se atrevem. Ainda bem. Não entra directamente para o top Tarantino mas é um filme francamente bom. Principalmente para quem adora cinema para lá do ecrã. (E o Leo vem nova nomeação?) Vejam por vocês e no fim trocamos ideias.


segunda-feira, 27 de maio de 2019

Julieta de Almodovar


Vi o Julieta num voo nocturno que me trazia sozinha do Rio de Janeiro de volta ao Porto. Aterrei, descansei o que necessitava e apanhei a próxima sessão do filme no cinema. Eu precisava de ver aquele filme em "telona". O filme impressionou-me logo pela estética dos anos 70, cores muito fortes a lembrar os tons technicolor, o vermelho permanentemente presente em cada take. Os cabelos da protagonista num tom e corte a lembrar-nos as rockeiras da altura, as roupas num vinil muito próprio da época, a delicadeza no olhar que contrasta com tudo isto.
Com Julieta, Almodóvar volta aos dramas femininos, que tão bem explorou em "Tudo sobre a minha mãe" ou "Volver". E Almodóvar conhece a mulher como ninguém. Curiosamente este filme tinha o título de Silêncio, mas foi mudado dada a coincidência com a obra de Scorcese. Porque em Julieta há sem dúvida silêncios que falam, discursam, por vezes gritam. É um filme feminino e abraça como é costume neste realizador, o tema da maternidade, do crescimento da mulher, da condição única de ser mulher: mulher em Almodôvar. E é impossível que qualquer pessoa que veja este filme, homem ou mulher, não se sinta emocionado pela honestidade dos sentimentos. A vida não é um conto de fadas, e se dúvidas existissem, Pedro Almodóvar tira-nos, uma por uma, como um soco invisível no estômago. E apesar de ser um filme visceral, difícil, que exige do espectador, é também uma história acima de tudo muito bonita. Visualmente e a nível dos afectos.
Apesar da pré-nomeação para os Óscares, o vigésimo filme do consagrado cineasta espanhol, não chegou à curta lista de 2016. Esteve porém nas mais diversas listas de críticos cinematográficos como os "Dez filmes que tem mesmo de ver este ano". Porque nos dá, dá-nos imenso, e quando um filme tem a capacidade de nos dar tanto, nós temos a obrigação de o trazer connosco para casa, um pouco daquele vermelho, colado na retina, guardado no coração. Ainda bem que me cruzei com este Almodóvar enquanto cruzava o Atlântico. Tornou a minha viagem infindavelmente mais rica.

(Este texto foi publicado pela primeira vez dia 15 de Março 2017 no portal www.ricardojorgepinto.com)

quarta-feira, 22 de maio de 2019

Series Finales. Damos tantos, devemos esperar receber mais?


Game of Thrones terminou Domingo deixando milhões de fãs à volta do mundo divididos entre o amor pela série e a conviccção que a última temporada não fazia jus à qualidade a que estavam habituados. Mais de 100 mil pessoas se mobilizaram para dar 1☆ no IMDB ao último episódio da série que durante 10 anos veneraram. Análises de narrativa à parte (porque não estou em posição de o fazer), é surpreendete antes de mais, constatar como as pessoas se mobilizam mais facilmente pela negativa do que pela positiva. Para expressar desagrado e revolta, do que satisfação e gratidão. E atenção, isto não é propriamente inédito em televisão.

Nos últimos dias li muitos artigos sobre series finales e acho que poucos na história da televisão  geraram consensos. Quando falamos de séries de culto, o final é quase sempre contestado. Vejamos por exemplo o último episódio de Lost ainda hoje é tido como o pior de sempre, lado a lado com Dexter.

Os fãs de HIMYM ainda não se refizeram do desgosto da morte da personagem por quem tanto esperaram (há um final alternativo, checkem no youtube, vai vos deixar com um sorriso). Os fãs de Sopranos, mais de uma década depois, ainda discutem o que foi aquela passagem para raccord negro e créditos e, enquanto alguns acharam arte, outros acharam uma aberração.

Seinfeld criou uma onda de revolta porque os fãs acharam o estilo e linguagem do último episódio fora do contexto da série e durante anos exigiram um final alternativo, o que nunca aconteceu. Estes finais ainda hoje são discutidos e relembrados e apesar do sentimento de revolta se ter apaziguado, basta vir um novo final polémico, como foi o de GOT para tudo voltar. 

Isto irá continuar a acontecer enquanto existirem séries de culto, porque as pessoas passam muitos anos a viver, vibrar e a pedir emprestada um pouco daquela história para si, e propositadamente ou não, criam expectativas que não podem corresponder à vontade de todos.

Não estou com isto a ilibar fracos desfechos, narrativas mal fechadas ou conclusões inverosimeis, 10 anos depois ainda me chateiam aqueles 5 minutos finais de Lost, que considero cheesy e mal escritos, mas não tenho dúvidas que nenhum episódio cria tanta divisão e tristeza como o último porque é a orfandade de algo a demos muito de nós e esperamos também algo em troca.

Nesta era de binge-watching, isto está a desaparecer porque os sites de streaming carregam uma temporada de cada vez, e nós sabemos que num fim de semana podemos dar cabo dela, que está ali, à mão de semear, e nem há tempo para sonhar acordado. Nem há tempo para o sentimento de investimento.

Não hajam dúvidas que esperar religiosamente pelas 2 da manhã de cada Domingo para ver um novo episódio muda alguma coisa. E isto é tudo normal. É humano.

E é até refrescante nesta era de imediatismo que vivemos. Mas não manifestem apenas desagrado. Pensem que se estão a sentir todas estas emoções foi porque a série vos trouxe muito, mesmo muito. Nós apenas nos importamos com o que gostamos. E afinal os argumentistas até foram sempre os mesmos. Cheer up!

(Preferia outro final para Lost? Talvez. Dava uma ☆ algum dia? Hell no, foi uma série do caraças e sinto-me feliz por ter sido contemporânea e a ter apanhado a conta-gotas, como se quer, durante 6 anos. 🥃 half full sempre!

segunda-feira, 22 de abril de 2019

The Handmaid's Tale


The Handmaid's Tale mostra um futuro, não muito distante onde os EUA são agora Gilead, uma sociedade que adopta principios conservadores e a total ausência de autonimia ou poder às mulheres, pelo contrário. O género futurista, ou ficção científica não é de todo aquele que me atraia. Resisti em começar a ver esta série, e de facto, apesar de não me ter arrebatado, é uma série muito boa, tavez das melhores ficçoes distópicas. Os primeiros episódios foram tão fortes e revolveram-me tanto as entranhas que pensei seriamente em se seria bom para a minha paz de espirito continuar. Continuei e confesso que o entusiasmo começou a perder-se algures. A série traz um tema muito forte, e é muito fácil imaginar um mundo onde certas coisas aconteçam. Algumas até já se passam os nossos dias, e a autora da história diz mesmo que todas as agressões que ela relata contra mulheres aconteceram algures na história da humanidade. Por outro lado algumas perguntas sobre a forma como esta sociedade é gerida foram ficando sem resposta, e não sei se as poderei obter na segunda temporada. De qualquer forma quero acreditar que esta série é educativa e que gera uma boa reflexão, não acreditando no entanto que algo do género possa acontecer no nosso mundo.
As interpretações são excelentes, principalmente Elisabeth Moss, Joseph Fiennes e Yvonne Strahoski. Adorei as cores saturadas em contraste com os rostos pálidos, aliás acho que "contrastes" será ma das melhors formas de definir esta série. O rigor do guarda-roupa, assim como outras característcas de Gilead são irreprensíveis. Mas o que gostei mais, mais, mais foi o girl power e a voz interna da June provocadora e brutalmente honesta. 

quinta-feira, 11 de abril de 2019

sexta-feira, 5 de abril de 2019

Escape at Dannemora


Esta minissérie entrou para a minha lista desde que Patricia Arquette limpou tudo quanto era estatueta na award season, mas na verdade eu sabia pouco ou nada sobre ela. 
Fascinado por um prison break que aconteceu no Estado de NY em 2015, Ben Stiller agarrou neste projecto que marca o seu debute atrás da câmara para televisão. Sem ser de todo fã do seu acting, arrisco-me a dizer que este é o melhor trabalho que fez, sem dúvida uma estreia espectacular como realizador que demorou 8 meses a ser gravada. 
A série, que parece um bom filme de 8 horas, está extremamente bem concretizada, absolutamente credível, com uma vibe de thriller dos anos 70 e personagens (reais) redondinhas e fascinantes. 
Este caso que chocou os Estados Unidos, não se foca apenas na minuciosa fuga da cadeia (a parte que menos me entusiasmou e às vezes até aborreceu), mas também e principalmente no triângulo amoroso que ligou os dois reclusos, interpretados por Paul Dano e Benicio Del Toro, e a funcionária da prisão de 55 anos, interpretada por uma fabulosa e irreconhecível Patricia Arquette. 
Ainda que stranger than fiction, a série mostra ser muito fiel ao que realmente aconteceu naquela cadeia e de que forma, uma mulher carente ajuda dois assassinos condenados a fugir da prisão. Sem ser o meu género favorito (prisões), a componente humana deste trabalho torna-o num dos mais interessantes dos últimos tempos, principalmente pelo olhar atento para um lado da sociedade que nos passa completamente ao lado.
 [8,5/10]

quinta-feira, 4 de abril de 2019

segunda-feira, 1 de abril de 2019

Patrick Melrose


Não sei bem o que dizer sobre esta série. Eu não estava preparada para o que aí vinha, não sabia nada sobre a temática e fui vendo cada um dos episódios com um crescendo de intriga, fascínio e perturbação. 
Cada episódio é baseado em cada um dos cincos livros de Edward St. Aubyn, e talvez por isso cada um pareça uma obra à parte, apesar do resultado final ser um puzzle muito bem montado. Em cada um senti um ritmo diferente (o primeiro é alucinante) e trouxe-me à memória diversas referências cinematográficas. Comecei com Trainspotting do Danny Boyle, fui ao Fight Club do David Fincher, daí transportada para o Swimming Pool do François Ozon, dei um pulinho ao Girl Interrupted do James Mangold, certamente passei por qualquer coisa de Jane Austen ou Oscar Wilde e acabei com um estômago embrulhado, de quem não levou um murro, mas sim uma coça do tamanho do mundo. 
Muitas vezes fechei os olhos desejando que a acção parasse, também tive vontade de carregar mesmo no stop por ser penoso, mas sabia que tinha de o fazer. E sei que vou levar esta história, autobiográfica sobre a fragilidade humana, comigo por muitos dias, muitas noites, espero que por poucas insónias. É uma obra duríssima, mas muito bonita, com interpretações divinais e uma fotografia fora de série. O antagonismo entre vermos algo tão bonito e ao mesmo tempo tão triste, é heartbreaking. Não recomendo de ânimo leve a quem não está disponível para ficar a sentir-se pequenino, pequenino. Um 9 sem espinhas.

sexta-feira, 22 de março de 2019

Sharp Objects


Acabei ontem à noite Sharp Objects, e talvez por isso tenha tido uma insónia como já não havia memória. É que está série é mesmo inquietante e psicologicamente aterradora. Apesar de partilhar o realizador com Big Little Lies, estamos perante um trabalho muito diferente, talvez porque a série seja inspirada num livro de Gillian Flynn, conhecida pelos seus thrillers conduzidos numa espiral muito dark. E Sharp Objects não é diferente, a luz não é aqui chamada nunca. Apesar do fio condutor ser um crime, a série leva-nos pelos tramas da vida pessoal de Camille, interpretada por uma fabulosa Amy Adams, a destacar-se aqui mais uma vez, como a melhor actriz da sua geração. O primeiro episódio é lento e apesar do ritmo acelerar um pouco, rápido entendemos que temos de viver as cenas como se estivéssemos nós também na pequena cidade de Wind Gap. Os sinais daquilo que realmente estamos a ver são muitos, no entanto só o entendemos lá para o quarto episódio quando nos arrependemos (mea culpa) por não termos estado mais atentos. Mas é com tal primazia que chegamos a um final inesperado, que queremos ver tudo desde o início, desta vez com a consciência de que tudo é escrupulosamente pensado e nada deixado ao acaso. Simbologia no seu expoente máximo, na sua forma mais simples e tão complexa. Patricia Clarkson como a mãe hipocondríaca e Eliza Scanlen como a irmã mais nova/ espelho, estão incrivelmente bem. As personagens de ambas são tão complexas que às vezes parece que cabem duas ou três dentro de cada uma, e nós nunca sabemos quem estamos a ver. Os flashbacks ritmam a narrativa de forma irregular, e acreditem, temos mesmo de estar atentos porque os episódios fluem de forma tão natural que facilmente somos iludidos pelas nossos olhos ou pela nossa mente. Talvez seja esse o objectivo.
Excepcional, não recomendada a pessoas mais sensíveis, impacientes, ou que tenham medo do escuro. Aquele escuro que continua alojado no peito mesmo quando as luzes do quarto se acendem. 

Big Little Lies




domingo, 24 de fevereiro de 2019

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

/dos sonhos - Update V.2019


 A minha actividade onírica anda aos pulos, as trips a nível meditativo também. Começou talvez antes de fazer o curso de Theta Healing e talvez por isso o tenha decidido fazer, é na onda theta que me sinto mais eu, eterna sonhadora, a dormir ou acordada. Tenho sonhos que são enigmáticos, sempre tive, outros mais reveladores, mas sempre muito ricos. Tenho acordado dos meus próprios sonhos com a consciência de e do que estou a sonhar, e tenho que acordar para pensar no que se acabou de passar em REM. E esta é nova para mim, apesar de já ter lido sobre essa experiência num livro sobre vivid dreams que trouxe de Portland. 

Hoje estava a ter um sonho com imensas personagens e direcções, mas o fio condutor era que me queriam fazer sentir menos do que aquilo que eu sou, self-esteem wise, e entre devaneios, sentam-me numa cadeira de maquilhagem, penteiam-me o cabelo parecido com a Brooke Shields nos anos 90 e eu solto a seguinte frase, com sotaque sulista, que não sei de onde vem: "Look at me. I look more like an icon, than icons look like icons these days!" E pensei: esta frase é tão mas tão boa, eu tenho de acordar imediatamente para não me esquecer e ponderar sobre ela. E assim foi..

I don't know where I and my crazy mind are going, things are getting crazier and crazier by the day, but I just promise it won't be boring! 😉

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2019

Porque é que é tão importante que um filme "em língua estrangeira" ganhe o Oscar de melhor filme?



Este ano o filme Roma tem a possibilidade de fazer aquilo que nunca foi feito. E que nunca nenhum filme esteve tão perto como o Roma de o concretizar. O quê? Ser o melhor filme do ano, ainda que falado numa língua estrangeira que não o inglês: Castelhano e e Mixtec. Vamos a alguma história.

Em 90 anos da Academia, o filme que esteve mais perto de fazer uma diferença tão grande como esta foi o The Artist em 2011. É um filme mudo com legendas em Francês (apesar de ser uma produção Americana), mas exactamente por ser um filme mudo (e Americano) entrou directamente para os nomeados a categoria de melhor filme, prémio que ganhou. Nunca foi considerado como um filme de língua estrangeira, como outros 10 antes do Roma, alguns deles nomeados nas duas frentes. Os quatro mais recentes foram Crouching Tiger, Hidden Dragon (China) em 2000, Letters from Iwo Jima (EUA, Japão) e Babel (México e EUA) em 2006, sendo que os dois entraram apenas na corrida principal por serem também falados em Inglês, e finalmente Amour em 2012 (França). 

A Academia, ao contrário do que nos habituou, tem tomado algumas escolhas mais artísticas em função de outras mais comerciais. Como quando preferiu o Birdman or (The Unexpected Virtue of Ignorance) em detrimento do Boyhood em 2015 ou em 2017 quando anunciou como vencedor  (!!!) Moonlight e não o esperado Lalaland. Curiosamente, tanto Birdman como o vencedor do ano passado Shape of Water são produções parte mexicanas de realizadores mexicanos, Alejandro Iñárritu e Guillermo del Toro, mas que são faladas em inglês e co-produzidas pelos EUA. Ainda assim, admito que estes dois compatriotas de Alfonso Cuarón, vieram abrir caminho para aquilo que poderá acontecer. Cuarón, como é dito aqui na review do filme, realizou, produziu, montou, escreveu e fotografou Roma, que é fruto das suas memórias de infância e uma homenagem às mulheres e ao México. Se Roma ganhar, o prémio pertence exactamente a Cuarón e ao México. O único envolvimento americano aqui é a distribuição Netflix, mas já lá chegaremos.

Mas porquê então que é tão importante um filme Mexicano ganhar o Oscar-mor? Porque não há cultura americana de ver filmes com legendas. Não há cultura quase a nível mundial de ver filmes estrangeiros, que não Ingleses ou Americanos (Portugal leva um grande guilty nisto que bebe tanto e tanto do entretenimento americano). A categoria de melhor flme estrangeiro seria uma categoria que num mundo ideal deixaria de existir, e todos os filmes, sendo em que língua ou credo fossem, estariam igualmente habilitados a serem escolhido como melhor do ano, porque há muitos filmes de enormíssima qualidade feitos anualmente à volta do mundo. Mas neste momento, esta categoria é mais do que necessária para que estes filmes, ainda que poucos, se mostrem ao mundo, marquem o seu espaço, comecem a criar o hábito. Se um destes filmes ganhar, se existir a coragem para a mudança, o mundo da arte e do cinema ganha e vai ficar diferente para sempre, sem dúvida alguma. Mais do que achar que este é o melhor filme do ano, eu acredito que seja aquele que realmente pode fazer uma diferença no mundo. Coisa que o Green Book, ou o BlackKklansman ou o Bohemian Rhapsody não fará.

Por fim, a Netflix. Cannes proibiu que Roma fosse exibido durante o festival porque não admite filmes produzidos ou distribuídos por canais de streaming online. A Netflix, como outros streamings que se estão hoje a popularizar, jogam regras diferentes do jogo. Têm timmings diferentes, não revelam resultados de box office e principalmente divulgam os filmes na nossa televisão ou computador quase ao mesmo tempo que nos cinemas. Enquanto que alguns vêem aqui a morte do cinema, eu vejo a democtarização da arte que aprendi na faculdade há 15 anos, e da qual Walter Benjamin fala há 80. O nosso paradigma está a mudar da massificação para um paradigma de individualização, onde cada um tem acesso muito facilitado aos conteúdos mais adequados para si. Não seria fantástico que a duas semanas do Oscar pudessemos ver os nomeados que escolhemos na nossa televisão, ou no cinema ou até no computador se assim fosse permitido? Infelizmente e piratarias à parte, isto apenas acontece com o Roma, que contradição das contradições, é o filme mais clássico de todos, e no entanto, aquele que está mais avançado na evolução do cinema digital. E também por isto, porque o mundo está a mudar - e não podemos lutar contra o inevitável e sim jogá-lo a nosso favor pondo o mundo inteiro o ver filmes únicos como o Roma - é também importante que um filme mexicano, de um distribuidora de streaming seja o grande vencedor dia 24 deste mês no Dolby Theatre. Fingers Crossed, a garrafa de champagne já está no frio. 

domingo, 10 de fevereiro de 2019

Vice


First and foremost I liked the style of Vice. I liked its original, unexpected and provocative narrative. On the other hand I can never fully embrace a movie that is a campaign against someone's legacy, Dick Cheney and George W. Bush. Even If I have no sympathy or belief for the real life characteres and events shown.
That said, wow! This is a really good cast ensemble and an even better make-up team. Just look at Christian Bale, Amy Adams, Sam Rockwell and Steve Carrell. No wonder the movie received several performance's awards nominations, as well as important others, like best picture of the year. I don't believe this movie can win a best picture award because it's too divisive, and Hollywood has its share of republicans and conservatives. But I also believe some liked it so much because it dares to say and show what only Michael Moore did, on a very unrealiable and political style. Of course it is very difficult to watch this kind of screenplay without crossing lines, even knowing that this is a satire trying to cross boundaries on cinema world. I guess you need to watch it to have your own opinion about it, and I am pretty sure, it is not going to be consensual.

PS- Did you get Frank and Claire Underwood - from House of Cards - vibes too? I mean, he even breakes the fourth wall!!


quinta-feira, 7 de fevereiro de 2019

Three Identical Strangers


Despite being snobbed by the Academy, Three Identical Strangers was awarded and recognized around the world cinema as one of the best documentaries made in 2018.

It tells a story, stranger than fiction, about triplets who were separated at birth and reunited by coincidence in University, at age 19. As the doco goes by, the viewer discovers that this story is much more that pure chance, as it challenges the limits of science, ethics and humanity.

It made me laugh and it made me cry, but above all things it made mequestion myself: genetics or environment? Who are we after all? And do we have the right to play Big Brother to find out?
Watch and tell me.

If Beale Street Could Talk




Oscar-winning writer/director Barry Jenkins (Moonlight) makes a strong return with a tragic love story passed in 1976 about a pregnant young woman who struggles to get her fiancé out of jail after he was wrongfully accused of a crime. Based off the book from James Baldwin of the same name, If Beale Street Could Talk, felt more like watching a play. Along with the gorgeous cinematography and fabulous wardrobe, this romance is carried by its two leads Kiki Layne and Stephen James as well as Regina King, who gives an Oscar-worthy performance as Layne’s mother. I enjoyed the movie, as it is a true melodrama, very lyrical in tone and a suberb sound score that operates a very important role on the final aesthetics, something that Barry Jenkis already did in Moonlight, and that it is one of his trademarks. 

The problem about having a movie as Moonlight in your portfolio, it is that acts almost as a curse, because when you master at a certain level, it is very difficult to pull it off what comes next. I enjoyed this movie, I think it is a very beautiful work and I truly believe that Jenkins, with only 39, is one of the best filmmakers of this era. But there is one exercise that I do, when some movies seem unsetlled to me. I watch the trailer again, and I ask myself if the movie is as good as I expected. The answer is no. Although I believe it is on purpose, I found that this adaptation maybe would work better as a theatrical production. And even enjoying the tone, sometimes it felt like it was out of place. The movie starts with a very strong conflict but the next 100 minutes are in a very slow pace. At the same time, this is another movie that is a 'Black lives matter' manifesto, and I felt kind of lost in the plot. I am not sure if the focus was on racism, if it was on young love or even on motherhood. It can even embrace all of this, but it felt to me like the script lacked some direction and the end sound unfinished. Again, it is not easy to review a movie after Moonlight, but overall I found it a really interesting, emotional and worth-watching piece. 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Can You Ever Forgive Me



Some movies speak closer to our hearts than others, and sometimes we can't even explain why. Can You Ever Forgive Me tells the true story of Lee Israel, a broke writer, who cames up with a recipe to make some money. Back in the 90's, she ghost-writes and sells about 400 letters from famous people as authentic. Using her writing skills and professional knowledge as a biographer, she manages to create unprecedent and juicy collector material. Problem is, not only this is a crime - and eventually she and her flamboyant friend Jack, will get caught - but she can't open up and write about herself as she does about others, what turns to make her a very lonely, depressive and bitter character. Even so, she is someone we can feel deep sympathy for and vibrate during the entire movie.

Mellisa McCarthy and Richard E. Grant are both fabulous, as this uncanny gay couple, who drinks together, eats together, laughs (maybe one more than the other) together, schemes together, and even live together, but are unable, to fix their romantic life, or even just life per se.

Not only the movie was nominated for Best Original Screenplay, as received Oscars nominations for the performances of McCarthy and Grant. Now, after watching it, I can understand why it was expected also, to be the 9th or the 10th contender for the Best Movie nomination. It didn't make it there, but it made it right through my heart, making me whimp, sigh, smile and even cry, with this rich story and rich human beings. Right and wrong are sometimes conflictive forces in our minds, but more important than figuring that out, is to seek the joy of being alive.

This is one of the best movies made in 2018. 

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Boy Erased



"Fake it until you make it" is one of  the main quotes of this movie. The other is "but we are a normal family" said by the incredible (sometimes I forget myself how talented) Nicole Kidman. This was supposed to be a "normal" family until the only son of a baptist preacher opens up to his parents, revealing he is not as "normal" as they wished for. Just like The Miseducation of Cameron Post, The Boy Erased is a movie about a gay teenager sent to a religious conversion centre, as part of a solution to achieve averegeness. It is also a movie about family ties, about growing up and discovering who you are or who do you want to be. More than anything it is a movie about love above guilt, and forgiveness over fear. It is intimidating, heart-breaking, but very much necessary. 

The movie is based on the memoirs written by Garrard Conley, a lawyer and activist, who fights for LGBT righs, specially for those who are living the same he did some years ago. Even though the action was 20 years ago, the most shocking about this movie, is learning that nowadays, conversion centers are still legal and still "a thing" for minors in 37 states of the US, and many countries all over the world. And it is why this movie and The Miseducation of Cameron Post are so important. 

Last but not least this is another one remembering us that "normal" doesn't exist, mainly when you'd rather be extraordinay. 

quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

Mnbiki Kazoku (Shoplifters)


It's been a while since I last saw a Japanese movie... While studying I fell in love with Japanese cinema and after seeing Shoplifters yesterday, I could remember myself why. The movie is so rich in life lessons and subtile but dense emotions that we take home, that I needed a day to let it grow inside me, and understand a little bit better all the important messages that I got. Still, I feel like I could watch it a hundred times, and always learn something new. 
This movie, that won the Palme d'Or in Cannes, the supreme award, tells the story of an uncommon family, from the perspective of each one of the six members, from an ancient and wise grandmother to an innocent and hurt small child. But most important of all, Shoplifters show us that love doesn't come by blood, love comes from our choices in life, whether they are society pleasers or not, and from the people we choose to grow, live and die with. 
Shoplifters is nominated for an Oscar for best foreign movie, and I have no doubts it is one of the best movies of the year, if not one of the most beautiful I have seen lately. 

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Oscars 2019: expectations and surprises!

What I missed the most in these noms is Timothée Chamalet for best supporting actor and If Beale Street Could Talk for best movie. But Timothee was like: What?!? I even believed he could win the Oscar. When I saw the movie, people were crying, some had to leave the theatre, and that was because of Timothees performance, it is so strong, made my stomach hurt. I even expected a best adapted screenplay nod for Beautiful Boy.
I was happy though that The Ballad of Buster Sruggs did it. I think it’s a really underrated movie (Netflix effect) because it’s so daring of Coen Bros to do a movie like this, they deserve. And I bet for the music too, glad it make it!
Not enjoying ASIB and thinking that Bradley Cooper had the oscars in mind the whole time (and maybe that’s why the plot could be so much deeper and better), I believe the director members were really snob, because I think he deserved a nomination for the effort, and what an effort. On the other hand, I’m glad that Cold War that was in the shadow of Roma this year, gets someting big like a best director nod.
Finally I am very happy for all the Roma noms, including acting because they do deserve, but I don’t understand not being nominated in editing. It’s a huge contradiction. A huge part of the Roma charm is the way it’s edited, I think this can be a an effect of the preferencial voting, don’t know.
I think Roma can be the first foreign of 11 movies nominated for both best movie categories to win best feature. Now, I am more sure of that. And If I saw Green Book as the opponent, now I see The Favourite, that it is not all a favourite of mine.
The game is ON!

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Wildlife


Wildlife is the first feature by the actor Paul Dano, written also by him and his parter, the actress Zoe Kazan. The movie portrays a family falling apart in the 50's, seen mostly by the eyes of the teenage boy and only son, Ed Oxenbould. When the father, played by Jake Gyllenhaal, decides to take a job away fighting the wildfires, the mother, played by Carey Mulligan starts having an erratic and awkward behaviour, confusing the boy that is the main whiteness of this family feud. 
Most of time, the movie is uncomfortable and intimidating to the viewer, who feels trapped in the odd intimacy of whats happening in the screen. Carey Mulligan is for sure the one to blame, once she has one spetacular performance, in my opinion the best yet of her career, what makes me think she can be nominated for an Oscar for the second time. Despite this movie being underrated, (it premiered more than one year ago, which doesn't help), I think it is one to not be forgotten, as a really good first work from Dano, and great performances from the entire cast. Last but not least, it has a beautiful and touching cinematography and sound score, that takes us directly to the 50's and to the wildlife of this small but powerful family. 


terça-feira, 8 de janeiro de 2019

The Favourite


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domingo, 6 de janeiro de 2019

Whitney



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Hereditary


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First Reformed


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The Ballad of Buster Scruggs


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Colette


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Roma


Let me first tell you something about Roma. Alfonso Cúaron wrote, produced, directed, edited and photographed the movie. One man show! Inspired in his childhood, this is the best movie I saw this year and most likely, the one that is going for the first time, to win an Oscar for best movie feature having a foreign language. 10 movies with foreign languages were nominated to best feature in the history of Oscars, I am pretty sure Roma will be the 11st.
I don't want to say much about Roma because I feel like I'm going to spoil it for you. I didn't know a thing about the storyline when I started watching it. But I can and must say this movie is a piece of art, with perfect plans, B&W touching cinematography, great acting, incredible sound editing and original screenplay. The realism and the long takes reminded me of Fellini and Antonioni, and after 10 minutes of screening I thought to myself: ok we have something special here! It feels like entering in a dream state, and the entire time I wished I had a notebook with me to take notes. This is a film that made me feel like studying it, dive depeer, understand each symbol (and there are so many), write an essay about it... And this happens very little times to me nowadays.
It is a movie many people won't like for having a slow pace and being artsy, but damn... What a cinematic experience. It is for movies like this that I love cinema so much. Movies that make you feel emotions you didn't even knew you had. Visual poetry in each take. Dream state from a screen. Well done Cuarón. You touched the stars with this one. ⭐⭐⭐⭐⭐

Flower


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Crazy Rich Asians


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The Miseducation of Cameron Post


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