quarta-feira, 30 de março de 2011

Sonhos de um Natal do Futuro...


Segundo dia na cama doente. Primeiro sonhei com carteiras. Carteiras no sono profundo durante a noite, carteiras durante a sesta à tarde. Carteiras e mais carteiras e eu no meio delas, a sorrir de forma parva como só uma mulher consegue aparvalhar com carteiras. Depois passou mais um dia sem ir trabalhar. Trancada em casa, aborrecida, a sentir-me inútil. O sono chegou rápido, tal como a febre, as dores no corpo... E passei a noite a sonhar que era Natal. Era Natal e eu ia passar o Natal sozinha. Uma e outra vez. Algumas pessoas convidavam-me mas não era possível por uma ou outra razão. Eu apercebia-me de que ninguém me queria realmente nas suas casas. Que não tinha uma família no verdadeiro sentido da palavra. Eu era uma mulher perto dos 30 que ia passar o Natal sozinha. Mas não chorava não pensem. Apenas passava os dias em desculpas atrás de desculpas a justificar a minha opção (forçada ou não) natalícia. Sim, foi um pesadelo. Será este o meu maior medo, a metáfora para a minha maior angústia. 30 e sozinha? Nada indica que isso aconteça, mas então porque sofremos a dormir se já há tanto em que pensar acordados. Sub-consciente do meu coração... Hoje posso sonhar com carteiras outra vez? É tão fácil ser fútil...