segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Aqui estão esles!!!

Desconfio que esta temporada será muito boa! Bienvenue Gossip loverssss...

sábado, 22 de maio de 2010

A cidade do meu sonho


Há uma cidade onde vou recorrentemente nos meus sonhos. São sonhos agitados, ansiosos. Parece-me que essa cidade vive um clima de tensão. Sei que tem um rio e nas duas margens se debatem povos diferentes através da venda do seu artesanato. Mas num passeio por esse rio já assisti a agressões entre os oponentes. Parecem-me todos arábes mas há algo de diferente naqueles que estão na margem do rio que não alcanço. Como se pertencessem a uma década diferente, talvez um século. De resto toda a cidade está parada no tempo. Os restaurantes são uniformes e servem todos os mesmo pratos enfadonhos e mal preparados. As lojas vendem posters dos artistas dos anos 60 e de grandes êxitos do cinema dos anos 70. Apesar de muçulmanos (creio) só vejo referências ao passado do mundo ocidental. A cidade tem mar e um porto e nesse porto há um restaurante/ barco que é dirigido por portugueses. Comi lá um pastel de nata e bebi um chá de camomila, mas não pude comer o prato do dia, filetes de pescada com arroz de tomate porque já tinha terminado. Lá contam-me que naquele mar, anos antes houve uma grande tragédia, com um barco a afundar-se levando centenas de pessoas com ele. Olho para o mar com apreensão temendo que me aconteça o mesmo quando o meu ferry chegar. Penso nos cadáveres que ainda estarão no fundo da água.
Esta noite sonhei pela primeira vez que estava numa das casas dessa cidade. Creio que não vivia lá, porque continuava a sentir-me emprestada, mas dormi nas camas de ferro velho e cozinhei na cozinha, onde o que mais abundava era o cheiro e presença de óleo queimado. Comi, tal como em todos os outros restaurantes, batatas fritas com um bocado de carne seca. Ao sair de casa percebi que estava num bairro pobre e algumas pessoas saudavam-me como se me conhecessem. Eu estava descalça e o caminho era em pedra, magoando-me os pés. Sei que a cidade tem uma espécie de montanha onde se encontra uma igreja e com confusão constato que me parece uma igreja cristã. Já subi essa montanha e recordo-me que fiquei cansada quando o fiz, encontrando pouco mais que os vendedores de artesanato velho e mal encavacado que também estão nas margens do rio. Não sei onde fica esta cidade, nem sei se quero lá voltar, mas gostava de entender porque a visito tão frequentemente a dormir.

PS- Todos os sonhos descritos aconteceram neste último mês e não há gota de ficção nesta descrição.

quinta-feira, 25 de março de 2010

O post dos filmes...

Mais uma vez a redutora classificação de 0 a 20 nos filmes que tenho visto (Dvd not included). Não me levem a mal, mas não tenho tempo, nem paciência para falar de todos e cada um. A classificação pode até parecer despropositada de filme para filme, mas um dos critérios principais é a genialidade do filme dentro do género cinematográfico em que se integram.
Destaque para um: The Messenger de Oren Moverman com Woody Harrelson e Ben Foster. Já aqui tinha escrito que Foster merecia que lhe dessemos atenção. E para já não me desiludiu. O filme é um retrato nu, do Iraque que não se fala tanto. Daqueles que voltam e têm de lidar com os seus fantasmas, aqueles que nunca foram e a frustração que daí advêm e as famílias que mesmo lidando com previsiveis perdas, não entendem como é possível perderem um filho ou um marido. Um claro 16. O filme tem uma fotografia e montagem admirável, uma história contundente e um final que sem ser feliz, eu considero perfeito.
Vamos aos outros:
Up in the Air - 17
Inglorious Basterds - 17
Up - 13
Avatar - 13
Precious - 16
The Blind Side - 15
An Education - 15
Sherlock Holmes - 16
Alice in Wonderland - 15
Valentine's Day - 12
Personal Effect's - 15
Spread - 14
The Damned United - 15
The Young Victoria - 15
Taking Woodstock - 16
Elegy - 17
Shutter Island - 14
Invictus - 14
Dúvidas ou comentário acerca de alguma nota, enviem e-mail ou deixem um comentário. Em breve novo apanhado de filmes. Até lá.

domingo, 7 de março de 2010

Here they are again!


Mais um ano e tal como manda a tradição, aqui estou eu com as minhas previsões barra/ desejos para os Oscars desta noite. A 82ª edição da cerimónia mais vista do mundo surpreendeu ao dobrar o nímero de filmes nomeados e a minha pergunta é: Porquê??? Eu vi 70% dos filmes (são dez, as contas são fáceis) graças ao brilhante delay que há em Portugal. Só para dar um exemplo o filme "The Damned United" que eu vi em Bristol em Março/Abril 09, estreia somente este mês aqui.


Voltando aos 10 magníficos e relembrando o ano passado este é um ano fraco, muito fraco para o cinema. Não há nenhuma estrela, nenhum independente de sonho, nenhuma interpretação de deixar o queixo escancarado. Ou se calhar sou eu que com os anos e os estudos fiquei mais cínica em relação ao cinema. Para contrariar isto digo-vos que ontem à noite vi o Forrest Gump pela blablabla vez e não houve um momento em que não pensasse: Robert Zemeckis, son of a gun, what a hell of a story teller.


Nenhum dos filmes é surpreendentemente bom, apesar de manterem um nível muito equitativo. Alguns são bons filmes que se vêm com alguma facilidade. (A simplicidade este ano está a enervar-me, deve ser mesmo do cinismo) e outros statements ideológicos como o dos Cohen ou os relativos ao Iraque. Não vou sequer falar do pequenino UP, um filme de animação nos nomeados, tem a sua piada, entrou para a hostória e é tudo.


Vamos por partes então.... Melhor Filme. Eu acho que o melhor filme deste ano é Up in the Air, a história que mais me comoveu e talvez com as melhoes interpretações. Acho dificil que ganhe. O Oscar irá para Avatar, o que me deixará naturalmente triste porque evolução tecnológica não é sinónimo de qualidade. A história é básica e previsivel. E não me venham falar "ai que lindo a floresta no 3D". Florestas não ganham Oscars, vejam o Alice ou explorem as potencialidades do LSD. O outro vencedor previsivel será Hurt Locker, vencedor dos Baftas. Hollywood e Iraque têm uma história de desencontros, mas seria um final, mais ou menos feliz para a noite de hoje.
Para Melhor Realizador acontecerá o mesmo, merecia Jason Reitman com Up in the Air e com filmes como Juno na filmografia. Ganhará Cameron ou a sua ex mulher Kathryn Bigelow com Hurt Locker, a primeira mulher a ser galardoada, um pormenor de peso na minha opinião. Tarantino com os Basterds será uma surpresa agradável e um prémio de carreira merecido.


Actores. Clooney irá (so help me God) arrebatar o Oscar de Melhor Actor, com uma possivel surpresa vinda dos lados de Colin Firth. Actor Secundário é garantidamente de Cristoph Waltz pela sua brilhante interpretação no Inglorious Basterds. Bullock ganhará o de Melhor Actriz, não por ser o papel da vida dela, mas como o reconhecimento de uma carreira, para além de que The Blind Side é um filme enternecedor e biográfico o que dá sempre uma ajudinha nestas coisas. Carey Mulligan está muito bem em The Education, um filme que gostei particularmente e acho que será uma alternativa interessante. Se no Waltz aposto todas as minhas fichas, em MO'nique aposto metade do que tenho. A actriz tem um papel fortissimo em Precious, absolutamente arrepiante e certamente desgastante. Contra ela tem Farmiga de Up in the Air e Penelope Cruz do Nine. Acho que justiça será feita para Actriz Secundária.


Argumentos, a minha categoria favorita. Melhor Adaptado será, e aqui sim são premiadas produções independentes menos, muito menos comerciais, certamente para Up in the Air. Original aposto em Inglorious Basterds e acho que será um justo vencedor. Aliás, o Basterds é um bom filme excelente no género Tarantino e apenas assim. E aqui serão vocês os cínicos senão concordarem.


Por fim Melhor Animação irá naturalmente para Up. Acho que não haverá um vencedor com mais de 6 ou 7 Oscars e nas categorias mais técnicas será extremamente dividido. Não comento estrangeiros e documentários porque infelizmente não os conheço (Shame on me).


Uma boa noite de Oscars, derreto-me com os vestidos e estou curiosa para ver como a dupla Steve Martin/ Alec Baldwin se sai. E a entrada.... Ah a deliciosa entrada.... See you all tomorrow guys!

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Prólogo do meu wannabe book Reflexo Inato.

Vou nas 80 e tal páginas a4, arial 10. O livro está meio encalhadito, se calhar já sou demasiado crescida para o escrever. A história é interessante e acho que a adaptação a um argumento é uma ideia a pensar. Aqui fica a sinopse e a seguir o prólogo escrito em 2005.
Um homem dividido entre uma criança que é uma mulher e uma mulher que é uma criança. Uma alma perdida, porém não esquecida, que se passeia entre os destroços do que foi e do que poderia ter sido. Quatro pessoas ligadas por uma teia de vivências, emoções e desilusões. A verdade de cada um na mentira universal do amor, da amizade e da felicidade.

- Quando chegou eram cinco horas da tarde. A casa estava fria, silenciosa e triste. Alegrou-se por não ter de encarar nenhum dos rostos repressivos que habitualmente a recebiam. Atravessou rapidamente a sala e o corredor dos quartos, não fosse haver alguma alma esquecida por ali. Entrou no seu quarto e fechou rapidamente a porta atrás de si. Rodou a chave, uma, duas vezes. Espreitou pelo buraco da fechadura. Aparentemente estava mesmo sozinha.
Fundindo as suas costas com a porta, percorreu com o olhar o quarto. Continuava exactamente igual à última vez que lá tinha estado. As cortinas brancas imaculadas condiziam com a colcha branca da cama. Uma rosa branca natural, figurava em cima da cómoda juntamente com a imensidão de molduras, contendo fotografias de todos e de ninguém. Não lhe tinha cabido a decisão da presença de grande parte daquelas imagens no seu quarto, no entanto havia algumas pelas quais agradecia a invasão do seu espaço. Pegou na moldura que estava mais à frente, bem à frente, dos seus olhos. Era uma moldura em prata, que julgava conhecer desde sempre naquela casa. Levou-a da sala para o seu quarto fazia uns anos. Ninguém julgou se importar. Passando a barreira do vidro, estava a fotografia dos seus avós poucos dias antes de se casarem. Eram parecidos, poder-se-iam até confundir com irmãos, e nos seus sorrisos havia uma harmonia, que ela nunca tinha conhecido em casal algum. Agarrou a moldura contra o seu peito, metáfora viva dos seus velhos mortos, e ligou a aparelhagem. Tinha no leitor uma cassete que um amigo lhe tinha gravado, no tempo em que partilhavam confidências. Tocava “Boys Don’t Cry”. Sorriu. Gostava daquela música. Teve vontade de dançar. Começou a cantar a letra que conhecia tão bem e a mover o seu corpo por todo o quarto. Esgueirava-se por cima da cama, apalpava as paredes com a nuca, alçava as pernas num movimento rápido ao passar pelo sofá. Cantava, cantava e ria. Ria como já há muito não seria possível ouvi-la rir. Sentia-se bem no branco daquele quarto que contrastava com o vermelho da sua alma. Sentia-se em paz. Olhava-se em cada espelho, fazia boquinhas, caretas, poses. E rodava, rodava. Era como se a imagem que visse no espelho não fosse a sua. Como se aquela rapariga, parecida consigo, tivesse uma diferente história. Que nunca tivesse chorado as suas lágrimas nem as feito chorar aos seus.
Apercebeu-se que num dos cantos da moldura que suportava o pequeno espelho em cima da cómoda, estava presa uma fotografia. Em ritmo acelerado, cantando o refrão da música, aproximou-se para ver do que se tratava. Era a fotografia de uma menina com cerca de três ou quatro anos. Parou de cantar, de andar, de dançar. Reconheceu a menina da foto.
Olhou mais atentamente, sentindo as suas pálpebras a tremer. Ariana tinha o cabelo loiro, quase branco. Vestia um vestido azul-bebé, que deixava à mostra os seus joelhos gordos de criança. Lembrou-se de como Ariana gostava de vestir aquele vestido. Lembrou-se da sua sede de aprender e conhecer o mundo, do seu desejo de ser uma grande mulher. Deslocou os olhos da fotografia para o espelho. Olhou para dentro das suas pupilas. Olhou para dentro de si.
Estava suja e cansada. Estava destruída. O que foi e no que se tinha tornado. Incapaz de encarar Ariana menina e Ariana mulher, arremessou a pesada moldura que ainda mantinha nas mãos contra o espelho.Desfez-se em quatro grandes pedaços. Sete anos de azar, é o que dizem.
“Eles não sabem, nem sonham”.