sábado, 6 de dezembro de 2008

Pó de Arroz.

Durante muitas, muitas noites a pequena Raquel adormeceu de lágrimas nos olhos, agarrada ao seu boneco de peluche (ainda não era o George mas sempre existiu um) a pensar na pena que tinha de Carlos Paião e na possibilidade de que um dia o mesmo lhe pudesse acontecer: ser enterrado vivo! Este é um mito urbano que percorreu a minha infância e que a Irene, que trabalhou muitos anos lá em casa, me fazia questão de contar, principalmente antes de eu ir dormir. Eu não sei a veracidade desta história e acho até de mau gosto explorá-la mas o certo é: eu cresci com Carlos Paião. Ouvir as suas músicas traz-me memórias de infância, as mais doces e as mais amagras, substituídas mais tarde por versões ouvidas em noites infindáveis de karaoke no pixote ou tal como esta: cantadas por quem o sabe fazer. Eu gosto do Tiago & dos Mantha. Adorei o concerto deles e um dia hei de postar os videos dessa noite. E assim em jeito de homenagem a uns e a outros a todos a quem a ouvi cantar (sem esquecer a mamã) aqui fica este pó de arroz.



PS- Entre desabafos pessoais e um outro fait divers noto que este blog se está a tornar demasiado musical. Não considero que seja mau, mas se quiserem ler algumas das coisas que vou escrevendo sobre cinema venham aqui.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Pensamento do dia.

Estar doente de cama é mau.
Estar doente de cama em Bristol é pior.

sábado, 1 de novembro de 2008

Isto é Portugal.


Desde que estou em Inglaterra que aprendi a dar valor a todas as pequenas coisas que me rodeavam no meu dia a dia, seja em Guimarães, seja no Porto. Acima de tudo aprendi a dar valor ao que significa ser português. E acreditem. Significa muito. E apesar de uma ou outra pessoa me acusarem de um certo nacionalismo exacerbado, continuarei a defender o que me orgulha no país tanto como a criticar aquilo que me decepciona. Esta música... Linda... O génio de Carlos Paredes soa-me tão familiar como chegar a casa... Esta música é Portugal...

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Vitória de Guimarães

Eu nasci em Guimarães, numa quinta feira fria no velho hospital de Azurém. Com 4 anos fui viver uma temporada para a Póvoa e aos 9 fiquei lá de vez. Fiz o ciclo e o liceu na Póvoa e até ir estudar para o Porto, considerava-me poveira de gema. Por volta dos 20 anos comecei a ir com mais regularidade a Guimarães. O meu pai sempre viveu lá, mais tarde a minha mãe e os meus irmãos também. No início odiava a cidade, achava que eram todos uns pacóvios, excessivamente materialistas e muito preocupados com aquilo que os outros vestiam ou conduziam. Aos poucos fui aprendendo a gostar do Berço da nação. Fiz alguns bons amigos que me ensinaram a gostar da cidade, a gostar de passar tempo nela. Hoje em dia acho que Guimarães é uma cidade lindíssima, onde se pode comer muito bem e essencialmente onde há muita qualidade de vida. Mas eu não conhecia o Vitória... Sempre soube do fanatismo que rodeava a equipa de futebol, mas até ir ao primeiro jogo, há alguns meses atrás, desconhecia de todo o quantos os vimaranenses vibram com a equipa. E apesar de ser benfiquista aos poucos fui me convertendo, porque este bairrismo é absolutamente de louvar. Hoje em dia o Vitória não é uma equipa pequena, mas já o foi... E o amor continuava o mesmo... Não falo de alguns exageros porque em todos os amores incondionais há sempre alguém com atitudes excessivas... E apesar de muitas críticas a este fanatismo acho que é preciso ver para entender do que se trata. Em baixo um vídeo feito no jogo de segunda feira onde o Vitória empatou com o arqui-rival Sporting de Braga. O filme retrata o espírito vivido uns minutos antes do jogo e apesar do estádio não estar cheio, acho que a emoção sente-se no ar.
Saudações vitorianas a partir de Bristol!


quinta-feira, 2 de outubro de 2008

Portugal vs UK

O meu amigo João Ginete que veio estudar uma engenharia esquisita para Bristol há um ano atrás fez umas comparações entre Portugal e Inglaterra que achei que seriam interessantes publicar. Ao fundo, a minha perspectiva que nitidamente é diferente da do João... A idade pesa... =)

"10 coisas que em Inglaterra funcionam melhor do que em Portugal
Provavelmente não são dez, mas é um número que fica sempre bem num título. Para quem não sabe (algum pobrezinho que foi obrigado a ler o meu blog como forma de tortura), eu sou oficialmente um emigrante desde há uma semana. Prometo que não vou fazer a típica conversa de pacóvio-que-vai-ao-estrangêiro e fica maravilhado (pelo menos depois do fim deste post) mas acho que não é de muito mau gosto apontar as diferenças no dia-a-dia das duas culturas.

Para já, demorei 20 minutos a abrir uma conta do banco. E é uma conta de alguém que não vive em Inglaterra, o que torna as coisas um bocado mais complicadas... Por outro lado, o meu gerente de conta tem uns trejeitos bastante estranhos que incluem cantarolar as músicas que dão na rádio enquanto preenche a papelada. Não se pode ter tudo...

Já que estamos numa de burocracias, a minha inscrição na faculdade demorou cerca de 30 segundos, mais outros 30 para verificarem o meu passaporte, o que teria sido perfeito, não tivesse tido lugar às nove da manhã

Transportes públicos - Os autocarros passam a uma hora exacta, que está escrita em cada paragem. Por exemplo, o 8 (sim, aqui eles ainda não se lembraram de espetar um sete antes dos números dos autocarros) passa às 16, 32 e 51 de cada hora numa paragem aqui ao pé. E passa MESMO. É verdade que é uma cidade mais pequena, mas mesmo assim - um sistema de transportes que serve meio milhão de pessoas e de facto funciona... parece-me bem.

A organização da cidade - À volta dos edifícios da Universidade há tudo o que um aluno poderá alguma vez precisar ao longo dos quatro anos dos curso. Teoricamente eu não precisava de me afastar mais de quinhentos metros da escolinha para comprar qualquer coisa. Tentem fazer isso na Cidade Universitária e morrerão à fome em 15 dias.

Desporto - melhor que o Estádio Universitário (que já é do melhor que temos), menos a piscina, que tem uns 15 metros a menos... Fora isso tem tudo e mais alguma coisa, até uma clínica de Medicina Desportiva (à pala) e é consideravelmente mais barato que qualquer ginásio.

Televisão - Cá não há Chiquititas.

Imperiais - 30 centilitros é pra meninas! Aqui os Pints é que mandam, e isso são quase 60cl... Ah, e eles bebem que nem uns animais, não sei se já vos tinham dito. Para além disso, na Fresher's Week (que acabou ontem... Sniff sniff) tivemos festas todos os dias, desde uma School Disco em que toda a gente vestiu uniformes da escola (muito boas paisagens nesse dia) até uma Toga Party, em que os lençóis da cama foram a indumentária, tivemos de tudo. A minha toga é que não correu muito bem, passei metade da festa a estrabuchar para não mostrar ao mundo o meu corpo escultural.

(espero que certas pessoas percebam que estou a ironizar a parte do corpo escultural, senão vão acabar a chamar-me "palhaço arrogante" outra vez. Ou então a pedir-me o número de telefone de vez em quando... Se calhar não era mal pensado)

Supermercados - É verdade, aí têm uma coisa com que trão de se começar a preocupar quando sairem de casa (o que, no caso dos meninos da Católica, acontecerá mais ou menos quando conseguirem tirar a carta...). As marcas dos supermercados são estupidamente baratas (Sainsbury's é do melhor) e igualmente boas. Estão a ver as Walker's? Pronto, a "marca branca" custa um décimo do preço e não consigo distinguir as duas... (ok, eu não comprei as duas para comparar. Um pacotezinho de Walker's era capaz de esgotar o meu orçamento para o mês inteiro, mas fica a ideia...)

Internet - Paguei pelo ano inteiro o que em casa pagaria por dois meses, e é estupidamente rápida. Infelizmente não se pode fazer downloads de coisas más (tipo músicas, OK?!) senão os geeks que estão a vigiar os servidores 24 horas por dia dão-nos tau tau.

Fresher's Fair - É o sítio onde nos inscrevemos nas sociedades e nas equipas de desporto da universidade e onde nos dão todo o tipo de coisas grátis. Desde desodorizantes até uma espátula que se tornou num objecto de taoísmo e, consequentemente, na mascote oficial do nosso corredor, era possível construir todo um enxoval com os produtos oferecidos naquela feira. Ah, e a associação de estudantes deixou-nos um saco com uma data de coisas, das quais se destacava um exemplar da FHM inglesa. Como devem imaginar, a população masculina tirou a revista e deitou o saco pela janela fora...

7 coisas que funcionam melhor em Portugal do que em Inglaterra

O tempo - Confesso que fiquei surpreendido! Nas últimas duas semanas só tivemos dois dias de chuva... nada mau, devo dizer. O piqueno problema é que em Lisboa estão tipo 30 graus! E aqui o pessoal anda todo a bater o dente... Eu, um rapaz forte e viril, tenho de andar de camisola às costas! (no sentido figurado, não é como aquele pessoal que vai à bola literalmente com o belo do pulloverzinho às costas) Enfim, não se pode ter tudo...


Os sacanas dos carros - Aparentemente anda tudo em contramão por estes lados. Já não se contam pelos dedos das mãos as experiências de perigo eminente que eu já ultrapassei, ao atravessar a rua olhando para o lado esquerdo, enquanto um autocarro de 78 passageiros se aproxima perigosamente pelo lado contrário... Qual é a ideia?! Se todo o santo Mundo anda pela direita, porque é que estes tipos há-dem de andar (tenho saudades dos taxistas lisboetas, desculpem) pela esquerda?!

Aquilo a que eles chamam "sair à noite" - Que, em Lisboa, seria um jantar fora. Estes tipos jantam às 5 e meia, saem às oito da noite e as coisas fecham às duas da manhã. Por um lado é muito esquisito, mas até dá o seu jeito para quem tem aulas no dia seguinte de manhã...

Moeda - os Ingleses possuem o sistema monetário mais avassaladoramente estúpido à face da terra. Só para terem uma ideia, a moeda de 2p é do tamanho da moeda de dois euros, enquanto que a de 20p é mais pequena que a de 5 cêntimos... E depois há aquela questão do olhar para o preço e pensar inconscientemente em Euros em vez de Libras, especialmente em coisas grandes. Um livro (por livro entenda-se calhamaço estupidamente grande) por 50 Euros é razoável, mas 50 Libras são 75 Euros, mais coisa menos coisa... E aí já doi um bocado.

Ice Tea - Aqui não há disso. Nota-se que eu estou a ficar sem ideias e que o desespero se apodera de mim quando me refiro à falta de ice tea como uma falha na cultura britânica, mas é verdade, e é só um exemplo de coisas boas que nós temos e eles não.

Pequeno almoço - O que raio é aquilo?! Salsichas, bacon e ovos ao pequeno almoço?! Mas tá tudo parvo?! (a exclamação interrogativa está em grande) Qualquer pessoa normal fica enjoada ao ver alguém enfardar enchidos logo de manhã, quanto mais ser obrigado a comer daquilo. Felizmente não é o caso, porque eles também têm o pequeno almoço "Continental", que é ligeiramente menos fulminante.

Música - Sinto falta de personagens como Tony Carreira, Nel Monteiro ou até o tio Quim Barreiros para adocicar o panorama musical... A sério! Aqui não se faz música mesmo mesmo má, só mázinha... Enfim, não se pode ter tudo.

Aparentemente Portugal ficou a perder neste balanço, mas eu não consigo mesmo encontrar mais aspectos negativos... Se entretanto me lembrar de alguma coisa aviso, não se preocupem!" - 12 de outubro de 2007 in proglemas.blogspot.com

Eu. Bristol. Um ano depois.
Vamos lá avaliar...
Supermercado concordo, transportes concordo, cerveja concordo, burocracias concordo...
Quanto ao resto.... Se eu vivo numa casa que só tem 5 canais de tv, se a minha internet pela qual paguei 75 libras demora-me 5 horas para tirar um único episódio de uma série, se o ginásio está cheio de pessoas feias e os balneários metem-me nojo, se as festas universitárias implicam meninas semi-nuas a mostrar a real celulite no joelho, putos imberbes a vomitarem uns em cima dos outros e a música mais azeteira de sempre... Acrescentando a isso o facto de esta gente não tomar banho, serem fisicamente aberrantes e culturalmente muito inferiores... De eu ter sido quase atropelada vinte vezes (ontem esteve quase a acontecer se não me tivesses arrancado do meio da estrada tipo super herói que estica o braço...) E estar sempre um frio e uma chuva que não se aguenta!!!
Eu não sei... Mas as minhas duas semanas em Bristol em 2008 são muito diferentes das tuas em 2007 na balança Portugal-Steaksland.
Vamos esperar que a cerveja compense todo o resto =)

sábado, 27 de setembro de 2008

Refugee

Estou na minha nova casa, no meu adorável quarto vermelho, a cheirar a maçã... Estou constipada, bem metida debaixo do edredão de penas... Porque apesar de para os ingleses hoje estar um dia de Verão, para mim está Inverno profundo. Mas este post tem um propósito, para além de revelar a minha aborrecida constipação: Divulgar a linda música que o meu amigo Gui me enviou hoje. Não conhecia e logo que a ouvi pareceu-me a mais apropriada para descrever a minha nova toquinha e o meu estado de espírito. Refugee dos oi va voi.

quinta-feira, 25 de setembro de 2008

Homesick

Eu não posso parar. Tenho de ler uma revista, ver uma série ou um filme, pesquisar alguma coisa na internet, falar com os meus amigos no messenger, enviar emails, ir às compras, simplemente passear e ver coisas novas. Mas não posso parar. Porque aqueles dois ou três minutos em que eu paro podem ser fatais.
Uma viagem de carro em silêncio. Um jantar onde me abstraío do resto da mesa como se não existissem. Uma conversa em que em piloto automático respondo, em que escuto mas não ouço. Os olhos parados na montra de uma loja, a olhar mas nunca a ver. (Não posso parar), porque estes pequenos momentos em que paro são o suficiente para me lembrar. Não de onde estou, não do que estou aqui a fazer, mas aquilo que representa cá estar. Da sorte que tenho por ter tantas pessoas a quem amar, por ter tanta gente na minha vida que me faz falta. E no entanto da amargura por não os poder ver, sentir ou abraçar.
Porque se por minutos penso em tudo aquilo que me faz falta, em todos aqueles cuja ausência me mata aos poucos, em tudo o que deixei para trás... Eu simplesmente desfaleço mentalmente. Desfaleço socialmente. E depois disso nem a televisão, nem o computador, nem as compras nem nada no mundo vão me fazer sair deste casulo de homesickness em que me meti.
Os portugueses são mais alto... Porque os portugueses têm a Saudade.
E a saudade de quem temos, define quem nós somos...
Eu sou alguém que não pode parar.

quarta-feira, 24 de setembro de 2008

UK Girl

Desde o dia 20 de Setembro que vivo no Reino Unido. Há e haverá muito para falar sobre isso. Mas neste momento só me apetece ouvir esta música...
U.K. Girls (Physical)
dos meus "deers" Goldfrapp que estarão aqui na minha nova terra em breve. E eu aqui estarei para os ouvir.
Um beijo da vossa brand new UK girl.

U.K. Girls (Physical) - Goldfrapp

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Summertime!

Toda a gente sabe que eu adoro fotografia. Creio que é a melhor forma de preservar o passado através de marcas no presente. O Verão, ai o verão... Eu sou viciada em sol, em dias longos e noites quentes. Daqui a dias entro numa roda viva de actividades que vão decidir a minha vida. Até lá resta relembrar o excelente Verão que tive. Este é um vídeo que conjuga o melhor dos últimos 3 meses. Espero que gostem.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

Thats why I love Gossip Girl!!!


Depois dos fabulosos OH MY FUCKING GOD midseason promos, chegam os cartazes a anunciar a segunda temporada. E são ainda melhores... É por isso que eu adoro Gossip Girl...
O.C.??? Teen series??? Esqueçam....

Xo Xo
See you soon Upper East Sidders....



segunda-feira, 30 de junho de 2008

Love, love is a verb/ Love is a doing word

Esta música já tem uns bons anos... Lembro-me que o meu mais que tudo me gravou um cd onde eu a ouvia vezes sem conta no carro. Teardrop, Massive Attack.
Esta versão é o terceiro single da surpresa José Gonzaléz e o seu albúm
In Our Nature. Descobri-a na season finale de House MD cujo genérico é o instrumental do original dos Massive Attack. Posso dizer que a música... foi a única coisa que gostei em mais um episódio desta série que toda a gente tende a adorar menos eu. Falta aprofundamento humano das personagens... Têm uma boa base, mas péssima concretização.

Resumindo, a letra é linda, a música também. Enjoy.





quarta-feira, 25 de junho de 2008

V. Innocentia Veritas Viat Fides Circumdederunt me inimici mei

Hoje vi os ultimos episódios de Tudors. Várias cabeças inocentes são cortadas... E não sei se é por saber que esta é uma história veridicta, que acabei por me emocionar muito, ou seja, chorei baba e ranho ao bom modo da Raquel. Este poema, declamado na série pela personagem que interpreta Thomas Wyatt, foi originalmente escrito por este no século XVI. Pela beleza do texto e em homenagem à história decidi publicar. Chama-se: V. Innocentia Veritas Viat Fides Circumdederunt me inimici mei que significa: Os meus inimigos rondam a minha alma, que está rodeada de Inocência, verdade e esperança.

Who list his wealth and ease retain,
Himself let him unknown contain.
Press not too fast in at that gate
Where the return stands by disdain,
For sure, circa Regna tonat.

The high mountains are blasted oft
When the low valley is mild and soft.
Fortune with Health stands at debate.
The fall is grievous from aloft.
And sure, circa Regna tonat.

These bloody days have broken my heart.
My lust, my youth did them depart,
And blind desire of estate.
Who hastes to climb seeks to revert.
Of truth, circa Regna tonat.

The bell tower showed me such sight
That in my head sticks day and night.
There did I learn out of a grate,
For all favour, glory, or might,
That yet circa Regna tonat.

By proof, I say, there did I learn:
Wit helpeth not defence too yerne,
Of innocency to plead or prate.
Bear low, therefore, give God the stern,
For sure, circa Regna tonat.1)

1) Circa Regna tonat: "It thunders through the realms"

terça-feira, 17 de junho de 2008

Finalmente... Seek Up

A primeira vez que ouvi esta música tinha 17 anos e estava de férias com amigos numa Páscoa no Algarve. Achei imediatamente que era a música apropriada para a banda sonora da minha vida. Quando voltei, o dono do carro emprestou-me o CD que ouvia em loop. Poder de Dave Matthews ou não ele, Pedro, tornar-se-ia no meu namorado, o meu primeiro namorado. O namoro não durou muito, mas a amizade sim e Dave Matthews também. Pouco depois descobri que uns amigos Poveiros fechavam a pista de bares e discotecas em que trabalhavam com Matthews. Era afinal, uma língua universal. Mas esta música em especial não a conseguia encontrar. Percorri todos os cd's em todos os carros enquanto fumávamos em frente ao mar. Tornei-me pirata para sacar a discografia inteira e não a conseguia descobrir. E sem saber dela, já lhe chamava minha. Às vezes trauteava o instrumental e mostravam-me esta ou aquela que eram parecidas mas não eram iguais. Às tantas convenci-me que a música existia apenas na minha cabeça. Hoje, anos depois, na minha insónia habitual assaltou-me a frase "Fall back again". Duas vezes. Saltei de imediato para o teclado sabendo o que tinha em mãos. Chorei. Finalmente. A música da minha vida é minha outra vez.


Edit Maio 2019: Querido Pedro, obrigada por me teres dado a Seek Up. Será das coisas mais especiais que alguém já me deu. Honrarei sempre a tua lembrança. 

terça-feira, 10 de junho de 2008

The Tudors


Comecei a ver esta série por acaso, no meio de muitas que podia escolher, e em consequência da fome doida que tenho de ficção televisiva desde que as 15 séries que sigo foram de férias...

The Tudors é uma boa série. Muito boa. Mostra como decorreu o inicio da polémica que Henry VIII criou durante o seu reinado e que o fez ganhar um lugar especial na história mundial. Desde o filme (nota 15) The other Boleyn girl, que esta história tantas vezes retatada no cinema me chamou a atenção, principalmente a personagem de Anna Boleyn. Tal como no filme, a série retrata esta jovem mulher como calculista, ambiciosa, manipuladora e linda... Principalmente linda. Tal como Josephine fez com Napoleon, Anna deixa o rei de mil mulheres à beira da loucura (também conhecida por aí como paixão).
As duas primeiras temporadas até agora lançadas, mostram como Anna vai mudar a vida dos ingleses, não esquecendo o retrato fiel à vida na corte, com a corrupção do clero e a promiscuidade dos nobres.
Boa fotografia, boa banda sonora e um excelente guarda-roupa. Fiel à história e no entanto adaptado aos tempos modernos, vemos um rei do século XVI dizer à amante "Oh fuck, I´m coming!" E sim, as cenas de sexo também são muito boas... Ao nivel de Californication, das melhores em televisão.
Recomendo.

Downtown



Adoro esta música!! Apesar de ser do ano de 64, descobri o Downtown de Petula Clark no primeiro episódio da terceira temporada de Lost, aliás talvez o melhor season premiere de sempre. Encontrei este vídeo que tem imagens das primeiras três temporadas e a letra da lindissima música e decidi partilhar.

Quanto à quarta temporada, spoilers free... Eu gostei do final... Apesar de ter receio do caminho que os criadores estão a seguir, acho que os dois últimos episódios juntam muitos pontos dispersos no espaço e no tempo, e principalmente ajudam o espectador a começar a conceber o puzzle mental. Agora... Em 2009 há mais...
See you in another life Brotha!

sexta-feira, 30 de maio de 2008

My life's giant wheel


Tenho um amigo, que antes até de ser meu amigo, me disse uma coisa quando eu estava a passar uma maré de azar. Ele disse: a vida é como uma roda, às vezes anda numa direcção, outras vezes noutra. O que tens de fazer é tentar e esperar que a roda da tua vida ande na direcção que tu queres. Bem... Assim seja...

PS- A minha mãe leu o Segredo e pensa à semelhança de milhares de pessoas que descobriu a pólvora... Por isso... Se eles acreditam no segredo... Porque é que não posso acreditar eu numa roda gigante?

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Nostalgia

Recentemente aprendi uma coisa muito importante: A nostalgia é uma forma feliz de podermos ser tristes...

A quem me entende.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Eu estou em cada coisa encantadora que vês...

Este foi o texto mais difícil que li na minha vida, perante uma audiência unida pelo sentimento comum de dor e de saudade. Mas certamente, foi também o texto mais sentido: em cada palavra uma emoção, em cada verso uma verdade. Para a minha avó que amo muito, uma homenagem e um obrigado.


Não fiques parado no meu túmulo a chorar
Eu não estou lá; Eu ainda não dormi.

Eu sou milhares de ventos que sopram,
Eu sou a neve que cai suavemente.
Eu sou o brilho dos diamantes no solo,
Eu sou o sol nos grãos maduros,
Eu sou a gentil chuva do Outono.

Eu estou no silêncio da manhã.
Eu estou na graciosa agitação,
De lindos pássaros a voar em círculos.
Eu sou as suaves estrelas que brilham na noite.

Eu estou nas flores que despontam e crescem.
Eu estou num quarto silencioso.
Eu estou nos pássaros que cantam.
Eu estou em cada coisa encantadora que vês.

Não fiques no meu túmulo a chorar,
Eu não estou lá, eu não morri.


Oração datada de 1932 atribuída a Elisabeth Frye, uma poeta nativo-americana que viveu exactamente 100 anos.

sábado, 22 de março de 2008

Anybody Else but You (JUNO)



Não resisti a pôr outra música de Juno. Desta toma Anybody Else but You dos The Moldy Peaches mas pela voz dos protagonistas Ellen Page e Michael Cera. A lindissima letra vai em baixo...



sexta-feira, 21 de março de 2008

Pequena Grande JUNO!!!



Amei, amei este filme. Depois do grande Little Miss Sunshine, este é sem dúvida o filme independente do ano. Ellen Page = Grande. Diablo Cody, a ex-stripper, agora argumentista = muito grande. Oscar merecido. E o melhor de tudo... A banda sonora original... Que bom... Aqui fica a letra deste Tire Swing de Kimya Dawson. 18 valores!!!




sábado, 8 de março de 2008

Lennon by me

Eu adoro esta música e adoro o John Lennon (Tive o previlégio de poder pisar o chão da calçada onde ele foi abatido a tiro, tsc tsc... esses americanos...)

My Sweet Baby Jesus... Stand by me....




segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Nobody, not even the rain, has such small hands

Alguém que eu admiro muito dedicou-me há um par de anos este poema do E. E. Cummings. O texto é lindissimo, percebe-se cá dentro... Intimo e interior como a saliva... Porque mais vale tarde do que nunca, aqui fica a devida homenagem.

somewhere i have never travelled, gladly beyond
any experience, your eyes have their silence:
in your most frail gesture are things which enclose me,
or which i cannot touch because they are too near

your slightest look easily will unclose me
though i have closed myself as fingers,
you open always petal by petal myself as Spring opens
(touching skilfully,mysteriously) her first rose

or if your wish be to close me,i and
my life will shut very beautifully, suddenly,
as when the heart of this flower imagines
the snow carefully everywhere descending;

nothing which we are to perceive in this world equals
the power of your intense fragility: whose texture
compels me with the color of its countries,
rendering death and forever with each breathing

(i do not know what it is about you that closes
and opens; only something in me understands
the voice of your eyes is deeper than all roses)
nobody,not even the rain, has such small hands

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

The Deers are back!

Golfrapp, a minha banda favorita, os unicos que me fazem verdadeiramente vibrar, estão de volta com novo disco. Daquilo que ouvi parece-me um registo mais calmo, o que eu adorei. Deixo-vos com este A & E, quase uma balada... E concertos... Quem me arranjar um bilhete... Vai ser muito bem recompensado... (Isto é para ti, sim tu!)



A&E

It's a blue, bright blue Saturday, hey hey
And the pain's starting to slip away, hey hey

I'm in a backless dress on a pastel ward that's shining
Think I want you still
But there may be pills at work

Do you really wanna know how I was dancing on the floor?
I was trying to phone you as I'm crawling out the door
I'm amazed at you, the things you say and that you don't do
Why don't you ring?

I was feeling lonely, feeling blue
Feeling like I needed you
Like I'm walking up surrounded by me
A&E

It's a blue, bright blue Saturday, hey hey
And the pain's starting to slip away, hey hey

I'm in a backless dress on a pastel ward that's shining
They gotta watch you still
But there may be pills at work

How did I get to accident and emergency?
All I wanted was you to take me out high
And I was feeling lonely, feeling blue
Feeling like I needed you
Like I hoped you'd call and hoped you'd see me
A&E

Os meus meninos...

Os meus meninos de olhos lindos em grandes performances. No primeiro video, o Manel com um ano e alguns meses a dar os primeiros passos. No segundo a Maria com 5 anos a mostrar como se esquia. Esguios como a tia ;)

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008

Alpha dog e 3:10 to Yuma













Estes dois filmes que vi a semana passada têm um coisa em comum: Ben Foster, um actor que eu só conhecia de pequenos papéis e que me surpreendou pela grandeza das suas actuações em ambos os filmes. Vou ficar muito atenta a partir de agora a este nome. Parece-me que não me vai desiludir.

Mas falando dos filmes:

Alpha Dog, já lançado nos EUA em 2006 é um bom filme. Tem algumas falhas a nivel de argumento, não gostei da fotografia em alguns momentos, nem da caracterização de algumas personagens. Apesar disto, o filme está extremamente bem conseguido, principalmente tendo em conta que conta uma história veridica, e ao que apurei, à qual se mantêm extremamente fiel. Surpresa na interpretação de Justin Timberlake e desilusão na Sharon Stone (E daí talvez não, Sharon Stone tem um dos mais altos QI's da América mas não é nem nunca foi uma boa actriz). Nick Cassavetes, o realizador/ actor depois de filmes como Notebook e John Q. (ambos mediocres) deixa aqui a esperança de se estar a tornar num bom realizador. (Em 2009 vai lançar um filme chamado God is a bullet, titulo que acho absolutamente extraordinario).

3:10 to Yuma, nomeado a alguns globos de ouro e oscares em categorias menores, foi uma surpresa. E não queria ver o filme, no entanto depois de muita pressão e falta de outras hipoteses, acabei por ceder e entrei pela primeira vez numa sala de cinema para ver um western. O filme, que conta com um leque de excelentes actores, dos quais Russel Crowe e Christian Bale como cabeças de cartaz, conta a história de um ladrão/ assassino que depois de capturado tem de ser transportado para um comboio que o levará à cadeia. Inicialmente, o que nos parece um argumento fraco e ligeiramente básico, transforma-se num enredo complexo que diz muito mais do que aparentemente se vê. Uma história sobre redenção, laços familiares e a maldade (que nem sempre é tão má assim). Nota positiva para o realizador James Mangold que eu já conhecia de filmes como Kate & Leopold e Walk the Line.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Wise words: Baz Luhrmann

Já há muitos, muitos anos que gosto desta música... Foi o hit do album "Something for Everybody" do conhecidissimo realizador de musicais como Romeo & Juliet e Moulin Rouge.
Este clip vem com a letra em português e ilustra-a com cenas de diferentes filmes o que é assim ouro sobre vermelho (Benfica sempre!!). Hope u like it.

sábado, 5 de janeiro de 2008

Brighter Discontent (season 4 finale) NIP/TUCK


Acabei de ver a quarta temporada de Nip/ Tuck. Sem duvida a pior temporada de todas, mas não deixa ainda assim de ter muita qualidade. O Season finale é talvez um dos melhores episódios de toda a temporada, muito pela ajuda que os The Submarines dão com esta música lindissima que também faz parte da banda sonora de Magnolia. Optei por pôr a versão legendada, uma vez que esta letra merece ser totalmente entendida.

PS- Check out em cima o promo da nova temporada... The doctors are in LA... Promete!