Nunca pensei casar-me apaixonada. Senti muita paixão na
minha vida. Paixão ferverosa, que consome e corrói. Paixão adolescente,
independentemente da idade. Amor à primeira vista não existe, paixão sim. Amor
vem de fininho e conquista-nos, quando damos conta já lá está. É oficial,
amamos alguém.
Sempre pensei que ia casar com alguém que amasse muito, de
outra forma não poderia ser. Amor fraterno, amor leal, amor de uma vida e para
a vida. Mas paixão? Essa transforma-se no irmão mais velho e visita-nos de vez
em quando em ímpetos menos
controláveis.
Até que numa quinta feira de um ano qualquer.... Chega a
pessoa que me apaixonei, amei e mudou a minha vida. A pessoa que olho e digo...
Só faz sentido assim, só tinha de ser com você. E amo, amo muito. Discuto,
berro, bato com a porta, mando dormir no sofá. Choro, rio e abraço, abraço
tanto como nunca abracei ninguém. Sou muito feliz. E hoje, na minha cama
adolescente de Hello Kitty, com um copo de vinho tinto a meu lado, na noite
antes do meu casamento, posso dizer: que sorte, a minha sorte... Parece uma
mentira cinéfila e por magia aconteceu comigo. Casar-me apaixonada, quem diria.
O meu homem, o meu tudo. O meu ímpeto adolescente em formato adulto. Vou-me
casar apaixonada com o meu amor. E não prometo nada, a não ser que prometo
(batalhar-ser) feliz. /relato de uma noiva semi-alcoolizada a 16 horas do seu
casamento