segunda-feira, 18 de janeiro de 2021

Let the Games Begin - Melhor Actriz 2021

Num ano pobre em filmes, a corrida mais rica é a das mulheres (finalmente). 2020 foi um ano com excelentes desempenhos masculinos, Phoenix, Banderas, Di Caprio, Egerton - seria justa a vitória de qualquer um destes - e ainda Pryce, Drive, De Niro e Sandler.

Devido à pandemia, este ano temos filmes independentes e filmes produzidos por streamings, a maioria deles intimistas na sua natureza, pequenas produções. Aliado ao movimento social iniciado no ano passado, isto poe o foco nas mulheres, não só a realizar como nos desempenhos.

Há nomes que são apontados como certos ou cabeças de cartaz, como Frances McDormand em Nomandland, Vanessa Kirby em Pieces of a Woman, Viola Davis em Ma Raineys, Carey Mulligan em Promising Young Woman e Winslet em Ammonite. Todos estes filmes são praticamente arrastados pela actriz principal e apesar de serem bons, nenhum causou o deslumbre que eu esperava. Ou porque já vimos as actrizes a fazer parecido ou melhor (McDormand, Davis, Winslet) ou porque os filmes não são suficientemente fortes para sustentar uma vitória (Kirby, Mulligan). Basta lembrar da derrota de Glenn Close em 2019 com The Wife - sim, ainda dói.

Daí acreditar que ainda há muitos nomes para pôr em cima da mesa, nomes que talvez num ano normal fossem ignorados. Ainda não vi Malcolm x Marie, mas o nome de Zendaya surge imediatamente. Segue a narrativa de princesinha de Hollywood, como Jennifer Lawrence e outras, que a academia adora.

Carrie Coon com The Nest ou Jessie Buckley em I'm Thinking of Ending Things são actrizes com provas dadas e pouco reconhecimento. Elisabeth Moss pode finalmente quebrar o preconceito do género horror com Invisible Man, fazendo justiça a Nyong'o em Us, Forence Pugh em Midsommar e Tony Colette em Hereditary.

Finalmente os indies: Sidney Flanigan com Never Rarely Sometimes Always - o melhor filme que vi em 2020, Yeri Han por Minari, filme injustamente remetido para internacional - e Nicole Beharie, que ganhou o Gotham Award, por Miss Juneteenth. Por último, Amy Adams por Hillbilly Elegy, a bofetada de luva branca da Academia aos críticos (e ao Twitter). Afinal, quem é que manda em Hollywood?

Admitindo que aqui faltam nomes, fico desde já a torcer para que ganhe uma história simples. Prefiro sempre as histórias simples contadas de forma fantástica do que o contrário. Parasite fez história há um ano, continuemos. Nem tudo pode ser retrocesso no mundo e a arte é esperança e deve ser uma ferramenta de evolução.