quarta-feira, 17 de janeiro de 2018

I, Tonya


Eu acredito fielmente que este filme tenha um efeito diferente em mim ou vocês, do que tem num americano que viveu o sensacionalismo da história de Tonya Harding em 1994, intensamente. A verdade, é que ainda sendo uma tentativa de mostrar a verdade dos acontecimentos, este filme não desculpa Tonya, pelo contrário, mostra a verdade dela que nem sempre é clara e muitas vezes ambígua. Queixam-se também do exagero de violência doméstica, da banalização da mesma, penso, sem se lembrarem que esta é uma tragico-comédia. Não é um filme para ser amado, pelo contrário. 
Em jeito de doco-filme ficcionado, o realizador faz questão de manter as coisas um pouco confusas. Tonya é uma anti-heroína e apesar de ser a vítima do filme, vítima por 20 anos e milhões de americanos, não conseguimos sentir simpatia por ela. E a isso muito se deve o excelente desempenho de Margot Robbie. É proprositado, aviso já. Mas como falar de desempenhos sem falar de Allison Janney que já levou o Globo e levará o Oscar. Pensar então que esta é a mesma actriz que faz de mãe de Juno, faz-nos realmente apreciar o seu desempenho. Este não é um filme sobre bons nem maus.  Sobre vítimas nem heróis. Nem sequer é um filme sobre ice skating. Shit happens como a Tonya nos diz. E nós temos que viver com isso. Um Goodfellas da patinagem artística. Leva 7 estrelas minhas. 

Sem comentários: