sábado, 27 de janeiro de 2018

Lady Bird


Confesso que depois do Globo de Ouro esperava um indie mais espectacular. Mas passadas as expectativas iniciais é na simplicidade de dizer coisas tão íntimas para cada um de nós que o filme se mostra. Ainda que se tenha tido um background diferente de Lady Bird é impossível não sentir empatia ou mesmo nostalgia com esta adolescente. O descobrir da sexualidade, o querer ser diferente porque sim, o querer voar para longe, longe de Sacramento onde a California é menos California. O embaraço que os pais causam, as dificuldades sociais e de relacionamento que o dinheiro escasso numa família de classe média causam. E por fim o mais importante do filme: a relação entre mãe e filha. A dicotomia entre o amar tanto que se sufoca, que se berra, que se afasta, que se magoa. E é por isso que este é um indie tão simples e tão bonito. Certamente lembra Juno, certamente lembra Little Miss Sunshine, mas sem ser um filme tão "grande" como esses, facilmente arrancará um Oscar de melhor argumento original. Créditos a Greta Gerwig que o escreveu e realizou, e sem dúvida a Soirse Ronan e Laurie Metcalf que fazem cada mãe e cada filha se identificar tanto com esta narrativa que é afinal, a vida a acontecer. Destaque para o final, poético, apoteótico, quando Lady Bird vira Christine. God's given name. 7 estrelas.

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