segunda-feira, 23 de outubro de 2017

The Danish Girl


Ontem vi este filme que há muito estava na lista de espera, e apesar de concordar com algumas críticas que apontam falhas no argumento (tudo acontece demasiado rápido, ao contrário do livro em que o filme se inspira que descreve o processo em três décadas), foi um filme que me emocionou e deixou o coração bem apertado. Não se sabe se Lili é a primeira mulher transexual da história (quando o termo transexualidade não existia sequer), e apesar de Eddie Redmayne atingir como sempre um nível de sensibilidade muito elevado, é no papel e na relação com a mulher Gerda, Alicia Vikander, que o filme mais me tocou. Casados por 30 anos, a história deste casal de pintores mostra acima de tudo o que significa amor e lealdade num casamento, nem que isso implique lidarmos com a nossa própria decepção e ego, quando a pessoa ao nosso lado se recusa a ser o homem com quem casámos para ser a mulher que sempre soube ter dentro dele. É nesta relação de melhores amigos, de "até que a morte nos separe", que eu encontrei um nível maior de profundidade no filme e consequente emoção. De qualquer forma, e ainda que a narrativa em relação aos factos relacionados com os biográficos, possam não ser os mais exactos, este é um filme quase obrigatório numa altura em que a sexualidade é tema cimeiro das nossas agendas. Um 16/20.

Sem comentários: